Mercados: Petrobras limitou perda na Bovespa, dólar caiu e juros fecharam estáveis
15/04/2008 - 07h39
SÃO PAULO - A segunda-feira começou de forma bastante negativa para os mercados brasileiros, em particular para a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) que perdia mais de 1,7%, mas o dia ganhou novo ânimo depois que o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, afirmou que a agência recebeu informações oficiosas de que o bloco BM-S-9, na Bacia de Santos, teria reservas até cinco vezes maiores do que o estimado para o campo de Tupi, ou cerca de 33 bilhões de barris de óleo-equivalente (boe).
Com o anúncio, as ações da Petrobras dispararam mais de 7% na Bovespa, reduzindo assim o ritmo de perdas da jornada e somando mais de R$ 2,5 bilhões ao giro financeiro do dia.
Em nota oficial, a estatal e os sócios no empreendimento - BG, com 30%, e Repsol YPF com 25% - indicaram que o projeto ainda está em andamento e não fizeram qualquer alusão ao tamanho do poço, dizendo que ainda são necessários novos testes para se chegar a uma estimativa.
Mesmo sem a confirmação oficial, as ações PN da Petrobras subiram 5,62%, para R$ 82,97, e a ação ON teve valorização de 7,67%, para R$ 102,41.
O restante do mercado seguiu a cena externa e a apreensão imposta pela carregada agenda de indicadores da semana. Sem a ajuda de outros pesos pesados, como Vale, siderúrgicas e bancos, a Petrobras sozinha não teve força para levar o Ibovespa para o território positivo. Ao final da sessão, o índice situou-se em 62.153 pontos, queda de 0,69%. O giro financeiro ficou em R$ 5,8 bilhões.
Em Wall Street, os agentes seguiram preocupados com o futuro dos lucros corporativos depois do desapontamento com o balanço da General Electric (GE) na semana passada. O Dow Jones recuou 0,19%, e o Nasdaq perdeu 0,63%.
Os negócios com o dólar seguem poucos se comparados com o mês passado e guiados, na visão de analistas, pela consolidação das expectativas em torno de uma alta de juro no Brasil.
Quanto maior a taxa aqui e menor a taxa de juros lá fora, mais atrativas ficam as operações de arbitragem, ou seja, captação de recursos a juro baixo no exterior e investimento a juro alto no Brasil.
Depois de testar valorização na abertura, as vendas prevaleceram e o dólar fechou a segunda-feira com recuo de 0,23%, a R$ 1,685 na compra e R$ 1,687 na venda. A queda acumulada em 2008 está em 5,06%.
Na roda de " pronto " da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BMF), a moeda apresentou baixa de 0,22%, a R$ 1,687. O volume financeiro foi de US$ 356,25 milhões. O contrato com vencimento em D+1 registrou negócios ontem, movimentando US$ 100 milhões. A taxa ficou em R$ 1,687, baixa de 4,65%.
Os juros futuros começaram em alta após a divulgação do boletim Focus, que, conforme o esperado, trouxe elevação na previsão de inflação oficial para 2008, agora estimada em 4,66%, acima do centro da meta, de 4,5%.
No entanto, as compras não duraram até o final do pregão e os juros encerraram sem tendência definida, próximos da estabilidade. Segue a divisão entre aqueles que estimam alta de 0,25 ponto na Selic agora na quarta-feira e aqueles que apostam em elevação de 0,5 ponto.
O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2009 caiu 0,02 ponto percentual, a 12,44%, anuais. Janeiro de 2010 acabou estável a 13,25% ao ano. Janeiro avançou 0,03 ponto, para 13,35%. E janeiro 2012 ganhou 0,05 ponto, também para 13,35% ao ano.
Na ponta curta, maio de 2008 encerrou com elevação de 0,02 ponto, a 11,39%. Julho de 2008, o mais negociado, terminou sem alteração a 11,62% anuais. E outubro de 2008 fechou apontando 12,06%, perda de 0,01 ponto.
Até as 16h15, antes do ajuste final de posições, foram negociados 620.271 contratos, equivalentes a R$ 55,98 bilhões (US$ 33,17 bilhões). O vencimento de julho de 2008 foi o mais negociado, com 195.863 contratos, equivalente a R$ 19,14 bilhões (US$ 11,34 bilhões).
(Eduardo Campos | Valor Online)
UOL
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