sábado, 3 de janeiro de 2009

Bovespa inicia 2009 em alta de 7,1% (Tribuna da Imprensa)

SÃO PAULO - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) iniciou o primeiro dia útil de 2009 voltando para os 40 mil pontos, nível que não atingia desde 4 de novembro, quando chegou aos 40.254,80 pontos. Ontem, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) encerrou com valorização de 7,17%, aos 40.244,22 pontos.

Já os negócios com câmbio começaram o ano sem motivação, marcados pela pouca liquidez, fluxo moderado e baixa oscilação das cotações. No balcão, o dólar à vista passou a maior parte da sessão em queda, mas chegou a flertar com o campo positivo em alguns momentos. No fechamento, a moeda estava em R$ 2,334 (-0,04%).

O Ibovespa ontem, em nenhum momento, tocou o terreno negativo. O giro financeiro do mercado acionário somou R$ 2,22 bilhões, embora menor do que a média diária, ele foi considerado bom já que ontem era um dia atípico em razão do feriado do Ano Novo quinta-feira e muitos players terem emendado a folga.

A boa performance do índice paulista neste início de ano foi puxada pelos papéis da Petrobras e da Vale que foram beneficiados pela alta dos metais e do petróleo no mercado internacional.

Para um profissional, se o índice conseguir romper a resistência de 41 mil pontos - o primeiro ponto antes de voltar aos melhores níveis de 2008 (70 mil pontos) -, o Ibovespa pode dar uma "bela arrancada". Mas, para isso, segundo a fonte, será necessário que haja "força". "A bolsa pode dar uma bela arrancada se ela ultrapassar os 41 mil pontos, um dos primeiros suportes técnicos Isso vai depender do fluxo financeiro para ela subir e se sustentar neste patamar", avalia.

Este bom humor verificado nesta sexta-feira, no entanto, não é garantia de bons negócios na próxima semana, ou nos próximos dias. "O cenário continua nebuloso. Não há nada certo. Por enquanto, 2009 é um reflexo das ações de 2008. Ou seja, se as medidas tomadas no ano passado surtirem um bom efeito, 2009 tende a ser melhor. Mas, o inverso também é verdadeiro", disse a fonte. Um outro profissional observa ainda que o cenário só deve estar melhor definido a partir de meados do ano. "Ainda aposto em muita volatilidade nos primeiros meses do ano. Mas acredito que o segundo semestre deve ser mais positivo", disse.

Vale PNA encerrou com valorização de 9,67%, a R$ 26,20 e ON +10,15%, a R$ 30,50, enquanto Petrobras PN ganhou +7,44%, R$ 24,54 e ON +8,62%, a R$ 29,86. Esses quatro papéis responderam por mais de 40% do giro financeiro de ontem, ou R$ 954,751 milhões.

Os metais na London Metal Exchange (LME) também começaram o ano bem, com o níquel puxando o movimento, ajudado pela compra para cobertura de posições vendidas, em meio ao baixo volume de negócios. Para alguns analistas, o volume deve continuar crescendo na próxima semana, embora possa ocorrer novas comprar para cobrir posições. Mas, o cenário macroeconômico ainda é incerto e pesa sobre os negócios o que pode voltar a derrubar o preço dos metais.

Em Nova York, o petróleo para fevereiro encerrou com ganho de 3,90%, a US$ 46,34. Além disso, a bolsa também refletiu o bom comportamento de Nova York na quarta-feira, quando o mercado aqui já se encontrava parado, e também a alta das bolsas pelo mundo ontem.

Na Europa as bolsas fecharam em terreno positivo. Em Londres a alta foi liderada pelo setor de matéria-prima. O índice FTSE 100 subiu 2,8% para 4.561,79 pontos. A mineradora Xstrata teve o melhor desempenho do índice, fechando em alta de 17%. Em Paris, o índice CAC-40 fechou em alta de 4,09%, em 3.349,69 pontos, favorecido pelo desempenho dos bancos. E, em Frankfurt, o DAX subiu 3,39% para encerrar em 4.973,07 pontos, muito próximo das máximas do dia.

Em Nova York, o mercado de ações norte-americano ampliou os ganhos nesta tarde, com os investidores deixando 2008 para trás e olhando com esperança para a nova administração do presidente eleito dos EUA, Barack Obama. Às 18h44, o índice Dow Jones subia 3,13%, Nasdaq +3,40%, ES&P +3,34%, a

despeito da ISM industrial de dezembro ter vindo abaixo do esperado. O ISM ficou em 32,4 em dezembro, o resultado mais fraco desde junho de 1980.

Por aqui, o setor siderúrgico também foi destaque de alta. CSN ON fechou com ganho de 9,38%; Gerdau PN +7,04% e Usiminas PNA +8,26%. Segundo um das fontes, a notícia de que os executivos do setor siderúrgico nos EUA estão pressionando Obama a aprovar um programa de investimento, de cerca de até US$ 1 trilhão, segundo reportagem publicada no website do jornal “The New York Times”, pode ter contribuído para a performance dos papéis.

Ainda do lado positivo, Embraer ON liderou a alta do índice (+15,66%), seguida de Gafisa ON (+11,53%), e Itaú PN (+11,03%). Já do lado negativo, as coisas nem foram tão ruins. Apenas duas ações figuraram entre as quedas do índice: Brasil Telecom Participações ON (-0,73%) e Telemar ON (-0,65%).

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